Escitalopram: para que serve e quando é indicado
Entenda para que serve o escitalopram, em quais situações ele costuma ser indicado no tratamento clínico, como age no cérebro, quais cuidados são necessários e por que seu uso deve ser sempre acompanhado por um médico.
Sintomas de ansiedade, tristeza persistente ou crise de pânico?
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O escitalopram é um antidepressivo da classe dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS). Ele é amplamente utilizado no tratamento de transtorno depressivo maior e de diferentes transtornos de ansiedade em adultos, e, em alguns países, também em adolescentes a partir de determinada idade, sempre com acompanhamento rigoroso. Guias de referência, como o da NHS do Reino Unido, descrevem o escitalopram como uma das opções de primeira linha em depressão e ansiedade generalizada.
No Brasil, bulas aprovadas pela Anvisa e materiais técnicos disponíveis em portais como Consulta Remédios indicam seu uso principalmente para depressão, transtorno de ansiedade generalizada (TAG), transtorno de pânico (com ou sem agorafobia), transtorno de ansiedade social (fobia social) e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), a depender da formulação e das aprovações específicas.
Trata-se de um medicamento de uso contínuo, que não deve ser iniciado nem interrompido por conta própria. A decisão de prescrição, a dose e o tempo de tratamento são sempre definidos pelo médico, com base na avaliação clínica individual, histórico prévio, outras medicações em uso e presença de comorbidades.
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Um médico online pode avaliar seus sintomas, histórico e contexto e indicar o melhor plano: psicoterapia, medicação, ou a combinação dos dois.
Como o escitalopram age no organismo
O escitalopram atua principalmente sobre a serotonina, um neurotransmissor ligado à regulação do humor, sono, apetite, ansiedade e outros aspectos emocionais. Ele bloqueia, de forma seletiva, o transportador responsável por recaptar serotonina na fenda sináptica, aumentando sua disponibilidade em determinadas regiões do cérebro.
De maneira simplificada, isso ajuda a “reforçar” a sinalização serotoninérgica em áreas relacionadas ao humor e à ansiedade, o que, ao longo de algumas semanas, pode reduzir sintomas depressivos e ansiosos. Revisões em bases como PubMed/NCBI descrevem o escitalopram como um dos ISRS de perfil mais seletivo para o transportador de serotonina.
É importante lembrar que o efeito não é imediato: em geral, leva de 2 a 4 semanas para início de melhora perceptível dos sintomas, e algumas pessoas demoram um pouco mais para sentir o benefício completo. Por isso, a orientação médica costuma ser manter o uso conforme prescrição, mesmo que no começo pareça não estar fazendo efeito.
Para que serve o escitalopram?
Entre as principais indicações clínicas do escitalopram, destacam-se:
- Transtorno depressivo maior: usado para tratar episódios de depressão caracterizados por tristeza persistente, perda de interesse nas atividades, alteração de sono e apetite, cansaço, culpa excessiva e, em alguns casos, pensamentos de morte ou suicídio.
- Transtorno de ansiedade generalizada (TAG): indicado em quadros de preocupação excessiva e difícil de controlar, acompanhada de sintomas físicos como tensão muscular, irritabilidade, insônia e sensação de “mente acelerada”.
- Transtorno de pânico: pode reduzir a frequência e a intensidade das crises de pânico, além da ansiedade antecipatória entre os episódios.
- Transtorno de ansiedade social (fobia social): em alguns casos, ajuda a diminuir o medo intenso de situações sociais e o sofrimento associado à exposição em público.
- Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC): pode ser utilizado em certos protocolos, geralmente em doses mais altas e com acompanhamento próximo.
Em todas essas situações, o escitalopram não é a única forma de tratamento. Rotineiramente, ele é associado a psicoterapia (como terapia cognitivo-comportamental), mudanças de estilo de vida e estratégias de manejo do estresse. Diretrizes internacionais, como as da OMS para manejo de depressão e ansiedade na atenção primária, reforçam a importância de abordagem combinada.
Em geral, o médico considera escitalopram quando:
- ✔️ Há diagnóstico de depressão ou transtorno de ansiedade com prejuízo funcional;
- ✔️ Sintomas persistem por semanas e causam sofrimento significativo;
- ✔️ Intervenções não farmacológicas isoladas não foram suficientes;
- ✔️ Não há contraindicações importantes (como uso de certos IMAOs ou histórico de reação grave ao medicamento);
- ✔️ O paciente está de acordo com o plano e com o acompanhamento regular.
Como é feito o uso e por quanto tempo?
O escitalopram é geralmente administrado uma vez ao dia, em comprimido ou solução oral, com ou sem alimentos. A dose inicial, os ajustes e a dose máxima são definidos pelo médico, considerando idade, diagnóstico, sensibilidade a efeitos colaterais e resposta clínica.
Mesmo após melhora dos sintomas, é comum que o tratamento seja mantido por alguns meses, para reduzir o risco de recaída. Em depressão, por exemplo, muitas diretrizes recomendam manter a medicação por pelo menos 6 a 12 meses após a remissão, especialmente em pacientes com episódios moderados a graves ou com histórico de recaídas.
Nunca interrompa o escitalopram de forma abrupta sem discutir com o médico. A retirada costuma ser feita de forma gradual, com redução progressiva da dose, para minimizar sintomas de descontinuação, como tontura, formigamentos, irritabilidade, insônia ou sensação de choques elétricos na cabeça.
Efeitos colaterais mais comuns
Como todo antidepressivo, o escitalopram pode causar efeitos colaterais, principalmente nas primeiras semanas. Entre os mais relatados estão:
- Náuseas, desconforto gastrointestinal, diarreia ou constipação;
- Dor de cabeça;
- Insônia ou, em alguns casos, sonolência;
- Boca seca e sudorese aumentada;
- Diminuição da libido e alteração da função sexual;
- Ansiedade ou agitação transitória no início do tratamento em alguns pacientes.
Em geral, muitos desses efeitos tendem a diminuir com o tempo. No entanto, qualquer sintoma muito intenso, persistente ou que preocupe o paciente deve ser discutido com o médico. Informações detalhadas sobre segurança costumam constar em bulas e revisões como as compiladas pelo MedlinePlus (NIH).
Sinais de alerta e quando procurar ajuda imediata
Existem situações em que a orientação é buscar atendimento médico com prioridade:
- Ideias de autoagressão ou suicídio, principalmente no início do tratamento ou em jovens;
- Agitação intensa, comportamento muito diferente do habitual ou mudança brusca de humor;
- Palpitações, desmaios, tonturas importantes ou dor no peito;
- Sintomas sugestivos de síndrome serotoninérgica (febre, rigidez muscular, confusão, agitação intensa);
- Reações alérgicas graves, como inchaço de face, lábios ou dificuldade para respirar.
Nesses casos, a recomendação é procurar um serviço de urgência ou ligar para os canais locais de emergência. Em situações de risco, a telemedicina não substitui o pronto-atendimento.
Escitalopram é para todo mundo?
Não. Apesar de ser um medicamento amplamente utilizado, ele pode ser contraindicado ou exigir cautela em:
- Pessoas em uso de inibidores da monoaminoxidase (IMAOs) ou que usaram esses medicamentos recentemente;
- Pacientes com histórico de arritmias, prolongamento de QT ou uso de outras drogas que prolongam o QT;
- Pessoas com epilepsia não controlada;
- Casos de alergia conhecida ao próprio escitalopram ou a outros ISRS;
- Uso concomitante de certos triptanos, tramadol, lítio ou outros fármacos que aumentam serotonina (o médico avalia risco/benefício e interações).
Por isso é tão importante informar ao médico todos os medicamentos, suplementos e fitoterápicos que você usa, assim como histórico de doenças cardíacas, hepáticas, renais ou neurológicas.
Como a telemedicina pode ajudar no manejo do escitalopram
A teleconsulta com clínico geral ou psiquiatra pode ser útil em várias etapas:
- Avaliação inicial de sintomas de depressão e ansiedade;
- Discussão de opções terapêuticas (medicação, terapia, mudanças de estilo de vida);
- Ajuste de dose em casos selecionados, conforme resposta e efeitos colaterais;
- Acompanhamento da evolução ao longo dos meses;
- Planejamento seguro para redução e eventual suspensão do medicamento.
No Meu Doutor 24 Horas, você pode agendar consulta online com médico para discutir o uso de escitalopram, revisar exames, avaliar interações e montar um plano de cuidado integral – sempre com foco em segurança e individualização.
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Disclaimer: Este conteúdo é informativo e não substitui consulta médica. Nunca inicie, ajuste ou interrompa o uso de escitalopram por conta própria. Em caso de piora dos sintomas, pensamentos de autoagressão ou sinais de gravidade, procure ajuda imediatamente.